segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Maratona de Curitiba 2012

Frase do dia:
"É preciso sobreviver para atingir a idade da realização, para ser feliz. Não vale sair antes do jogo terminar" (Tom Jobim)

Usando uma expressão conhecida, "calça de veludo ou bunda de fora", resolvi arriscar em voltar a correr numa maratona oficial.

Os treinos das últimas 2 semanas não me deixavam muito animado e praticamente não falei com ninguém que iria tentar completar a maratona de Curitiba. Corri no feriado da Proclamação dia 15 com a Acorja 20 kms como o teste final e nada senti no joelho. 
Sentia mesmo a falta de ritmo e o receio do joelho voltar a doer...

Combinei com os amigos Amorim(RJ) e Nilson(MG) e no "apagar das luzes" fiz a minha inscrição.

Animado com o sonho das minhas 100 maratonas nos meus 50 anos parti para mais uma conquista, essa de número 48 e a minha terceira em Curitiba. 
Corri ali em 2010 com um tempo de 03:48:29 e em 2011 tive a felicidade de fazer o meu melhor tempo em maratonas no Brasil com a incrível marca (para mim) de 03:26:32 ficando na colocação 141 em 1217 concluintes e 23 de 187 na minha faixa etária.

Agora o meu objetivo era bem menos audacioso. Queria apenas completar a maratona e afastar aquela sensação de impotência que me aconteceu na maratona Pró Adidas no Rio de Janeiro em setembro último, onde pela primeira vez desisti de uma corrida.
Também queria "testar"  o meu joelho e sentir a confiança necessária para continuar correndo corridas de longas distâncias.

Pra completar a dificuldade e aumentar um pouco mais a emoção, comprei um tênis novo na entrega do kit um dia antes da maratona e resolvi correr com ele no outro dia. 
Já fiz isso muitas vezes sem nenhum problema com os da Saucony (marca preferida e modelo-Kinvara), só que desta vez a "invenção" era maior, pois a única vez que usei um tênis da marca Asics, foi num longão de 26 kms há uns 3 anos atrás. 
No final do treino vendi um nimbus 11, 12, sei lá ao amigo Flávio Lemos no final do longão por 50% a menos do que eu comprei e com um único dia de contato com os meus pés e ainda assim acho que fiz um excelente negócio. 
Os tênis da Asics parece que não se moldavam aos meus pés e depois disso ainda provei alguns em feiras de maratonas, mas nunca sentia confortáveis e confiáveis. A partir desse dia sempre que tinha oportunidade criticava os tênis dos Japoneses da Asics.

Na entrega do kit na loja Pro Correr vi a "propaganda" do que se dizia o tênis mais leve do mundo, com apenas 122 gramas.
O nome da "pena" é Piranha SP4 e botei o "bicho" nos pés e deu uma corrinha na loja. Pensei: esse bicho foi feito pra mim.

Paguei, levei pro hotel e entrei no Dr. Google pra saber de algumas características e fiquei um pouco ressabiado pelas indicações de apenas corridas curtas e no máximo meias maratonas.


A principal característica desse modelo é a leveza, o cabedal em mesh, foi desenvolvido com uma construção mínima, que permite um excepcional calce, respirabilidade e mínimas costuras que evitam qualquer tipo de irritação. A sensação do uso deste calçado é como se não houvesse nada entre os pés e o solo, porém sem deixar de lado o conforto e a estabilidade.

O Piranha SP 4, possui a entressola em Solyte, o que permite melhor resposta nas passadas, maior leveza e uma plataforma extremamente confortável e mais reta, isto para que os pés fiquem mais próximos do solo, permitindo maior distribuição do peso do atleta, estabilidade e velocidade.
A Sola exterior é composta pelo DuoSole, que proporciona leveza, flexibilidade, durabilidade e melhores propriedades de tração.
Indicado para distâncias de até meia maratona, o novo Piranha SP 4 é perfeito para os corredores que procuram por um tênis rápido, veloz e que desejam ter uma experiência com um calçado mínimo em treinos e competições.
Fui dormir encucado e pensando em qual tênis iria usar, o velho e bom Saucony Kinvara 3  ou o novato sem  um único treino sequer.
Acordei bem e decidido de testar mais uma novidade no meu currículo de loucuras. Se eu já corri 1 maratona descalço e 2 maratonas com as sapatilhas five fingers, por que não arriscar esse tal tênis?
Fui com o amigo Amorim e ainda apostei umas cervejas pós maratona...



José Maida-PR, eu, Amorim-RJ e Oswaldo-SP
Juntos temos quase 300 maratonas
José Maida de Curitiba fez a maratona nº 138

Como sempre a impecável maratona de Curitiba nos dá o apoio  necessário pra fazer uma grande corrida. A largada às 07:15 (horário de verão), a hidratação sem defeitos e o tempo ajudando, tinha mesmo que dar o meu máximo.
Coloquei o corredor virtual para um ritmo de 5:50 pra finalizar em 4:10. Já seria um bom resultado. Logicamente se fizesse um sub 4 horas seria bom demais...
Minha estratégia era correr 25 kms sem parar e ver o que dava pra fazer até o final.
Nos primeiros 2 kms senti um pequeno desconforto no pé esquerdo e pensei que o "piranha" fosse me deixar na mão. Ledo engano. O bicho é porreta  e parece que vc corre descalço.
Fechei os 10 kms em 50 minutos e a meia em 1:47. 
Conversei um pouco com o Rodney Wenke, que me passou "voando" e fiquei mirando o "mestre Branca" e o amigo Oswaldo Poggi. No km 28 passei o mestre e mesmo diminuindo o ritmo, vi que dava pra fazer um sub 4 horas. 
Fui administrando e cheguei muito bem e sem dores no joelho com 03:49:17.
Belo retorno às pistas e ao convívio com os irmãos maratonistas.
Ah, o tênis é fora de série e ganhei do Portuga e de Nilson!!!! kkkkkkkkk

315 metros a mais
Comemorando com Nilson
Com a medalha
Obrigado a todos os amigos que estavam na torcida por mim
2013 tem mais
Bons treinos a todos