segunda-feira, 13 de julho de 2009

Maratona de Brasília - Relato

Frase do dia:
"O homem nasceu para lutar e a sua vida é uma eterna batalha."(Thomas Carlyle)


Minha 8ª maratona oficial, 6ª deste ano, meu 2º pior tempo, e com certeza a mais difícil e desgastante de todas que participei.

A descontração antes da largada com muitas gargalhadas com a roupa fashion de Ésio, os "Baleias"desesperados atrás de um banheiro mas que finalmente conseguem fazer o "número 2" dentro do Ministério da Justiça (quanta honra cagar no judiciário), e aquela inquietante pergunta sobre quem iria ganhar do grande ultra maratonista - Dr. João Gabbardo.





Marathon Maniacs: Ésio (#1635), João Gabbardo (#1131), Sabine (#1559), Nilson (#1084), Hideaki (#1024), Júlio (#1585)


Depois da "infelicidade" do extravio da mala, relaxei e tomei umas cervejas no dia anterior. Sem a minha rapadura e com vestimenta nova, senti que o dia seria muito difícil. O "famoso" clima seco" e com o sol forte, aliado a pouca quantidade de maratonistas inscritos (180) era um prenúncio que a minha situação não era muito boa.

Com um susto do tiro de canhão na largada, saí forte, mesmo sabendo que iria sofrer no final.
O percurso de subidas e descidas, pegava feio na região das Embaixadas, mais a distribuição de água a cada 3 kms, gatorade, coca cola e malto dextrina em alguns pontos foi muito boa.

Fechei a meia maratona já "cansado" e por muitas vezes lembrei da frase do amigo Paulo Picanha que diz: "Que porra é que eu tô fazendo aqui????"

Mas ainda tinha um motivo pra comemorar, pois o amigo João Gabbardo estava um pouquinho atrás de mim e a "cara" dele estava cansada igual a minha.

A segunda metade foi de lascar...
Meus amigos Nilson Lima, Maurício , Alberto Peixoto, e o "feioso brancoso" de Curitiba passaram facilmente por mim.

Sem apoio popular, com muita dificuldade intercalei trotes lentos e pequenas caminhadas, mas sempre olhando para trás pra ver se via uma camisa amarela dos Marathon Maniacs.

No km 37, morto de cansado e com 03 horas e 30 minutos, vi que não daria pra fechar em sub 4 horas. Continuava olhando pra trás...
Nos últimos kms contei com uma ajuda de um popular (Ednaldo) que me deu laranja e batata frita que me ajudaram a não desmaiar.

No último km e já com um torcicolo no pescoço de tanto procurar João , corro lento e faço uma reflexão sobre essa "coisa feia" de ser tão competitivo.

Penso comigo mesmo: Porra, João Gabbardo além de ser um cara nota 10, tem muito mais corridas na minha frente. Além de ser uns 12 anos mais velho está numa série muito grande de corridas de longa distância. Além das que fizemos juntos, ele tem nas costas Cubatão (100 kms), Urubici (50 kms), etc.
Lembro da primeira vez que nos conhecemos na Maratona de Florianópolis e eu sem nenhuma vergonha lhe pedi para tirar uma foto comigo. Estava ali diante de um grande ídolo!!! Coloquei envaidecido no meu blog logo no dia posterior.
E a sua gentileza na noite anterior em que além de mostrar a cidade de Brasília, economizou os 14 reais que tinha reservado para gastar de táxi. E a simpatia de Sabine ??? Minha cabeça fervilhava e o pescoço já não movia mais...

Que FAIR PLAY magnífico seria cruzarmos a linha de chegada juntos, selarmos uma grande amizade e acabar de vez com essa "competição interna" de amadores metidos a besta.

Quando vislumbro a última subida e vejo o pórtico da chegada com Sabine (esposa do João) a sua espera, e sem poder olhar pra trás resolvo todas as minhas dúvidas.

Num último esforço e correndo mais forte pra cruzar com dignidade , mas com um tempo sofrível de 4 horas e 10 minutos, sem mexer o pescoço, ainda busco as forças forças finais no tapete da chegada pra gritar bem alto:

Foto com a "fera" das corridas e sua esposa Sabine

10 comentários:

  1. Parabéns! Não todo dia que se ganha de um Guerreiro como o Gabbardo!
    Abraços
    Alberto Peixoto

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  2. Mas esses MMs são cada um mais louco que o outro! hehehe

    Parabéns, xará!

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  3. A roupa de Ésio estava um verdadeiro luxo, ganhando medalha de ouro no quesito alegoria.

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  4. Foi a Maratona mais dificil das quatro que participei, pelas subidas e decidas, por ser muito solitaria por causa dos poucos inscritos e pelo despreparo das equipes de apoio que ficavam com ironia perguntando se não teria sido melhor fazer só a meia.

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  5. ---------\\\\|/---------
    --------(@@)-------
    -o--oO--(_)--Ooo-
    Eitaaaa Pernanbucano arretado, parabéns amigo pela conclusão da difícil Maratona de Brasília...Foi difícil, mais vc conseguiu é isso ae, no dia 23 agosto, nos encontramos de novo nos 50km de Friburgo.

    Bons treinos,

    Um abraço,

    Jorge Cerqueira
    www.jmaratona.blogspot.com

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  6. Fala Julio, acima de tudo você é um guerreiro!! Quantos percalços antes e durante a prova hein? Mas o interessante é que vc mandou bem pra caramba. Um abração e bons treinos. Tuco

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  7. Aê, Júlio, parabéns por mais esta. Aposto que se estivesse com a roupa do Ésio teria feito sub-4, risos. Você está começando a virar referência e, mais cedo ou mais tarde, alguém gritará passadno pelo portal de chegada: “Ganhei do Júlio Cordeiro, PORRA!”, risos

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  8. Grande Júlio!! Parabéns por mais uma prova concluída. Velho, na Cicorre da lagoa do Araçá vc me falou que assistiu a uma palestra em que se dizia que o ideal era que se corresse apenas duas maratonas por ano e vc tá correndo uma por mês, cara!!?? Grande abraço.
    Carlos Gomes

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  9. Caro Júlio, Brasília foi mesmo uma festa e pode avisar ao pessoal que logo após eu vencer o Hideaki (o Wu já ganhou dele nessa prova)e isso acontecerá um dia (lembra de quem eu já ganhei???), você entrará na alça de mira dos Baleias. Ainda não farei a faixa porque tenho medo dela apodrecer antes de poder ser usada. Só para esclarecimentos, não lançamos nada no chão do Ministério da Justiça e nem do Judiciário que estava no outro lado da esplanada. Nós distanciamos muito, para poupar os amigos corredores e chegamos nos Recurso Minerais para uma adubada.

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  10. Eita, Julio! Tá com tudo , hein? Adorei o seu relato, principalmente por estar escrito em letras graaandes! O meu olho agradece! Rsrsrsrs.
    Brincadeiras à parte, está emocionante o seu relato! Mas, esta de competir e ficar com o pescoço duro, sem poder virá-lo.... rsrsrs. Sem querer competir com o Hideaki no quesito "língua japonesa", você sabe o que significa em japonês a expressão "não conseguir virar o pescoço"? Significa que a pessoa está endividada, devendo dinheiro! Rsrs. Você ficou endividado com o sr. João Gabbardo? Rsrsrs. Espero que não! Rsrs. Bons treinos!

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